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Vênus

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Em Vênus dorme algo, algo anonimato, Uma vontade de desvendar, destruir o cadeado. A voz rouca sem soar entre olhares demorados, Um sentimento a esperar, louco desesperado. Como em algo tão longínquo Distante no tempo e espaço Um poder vasto e verossímil Que faz chorar sobre o passado. Um passado de duvida e medo De planos e segredos E de sonhos não sonhados. Tão solida é essa certeza Tão certa quanto à morte Tão bela quanto à beleza Tão adiada é essa sorte. Kayron Rafael

Vitrines

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Ao consultar meu deserto, estou cheio de ninguém Mesmo quando falo com alguém, sinto vazio meu fardo Eu farto, me isolo, acabo a me conversar ou conservar meu estado Calado falo asneira pra mim mesmo, este é meu enredo calamidado Mas no calçado, minha vitrine é alegria, alegoria de plástico Semblante alegre de manequim importado Pro meu povo importado com sua própria horta Conciso, sem êxito, sem volta, solto um grande sorriso de vida, de vida morta. Kayron Rafael

Feito Bicho

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Dizem que não sou mais humano, só um santo... A pecar. E que as lágrimas não podem enjaular minha alma e me acalmar. Que em um barco quebrado não se pode navegar, nem suportar o frio. E viver com a calma por um fio, vendo que a dignidade caiu sem se poder achar... Não sei por que julgar se até o mar dar calafrios e ainda assim... Quem irá julgar o mar? eu não sei... Eu não sei desse contrato de bicho que eu assinei E Essa fera quem vai domar? E essa divida quem é que vai pagar? Eu não sei. (Kayron Rafael)

O Paradoxo e a Vida (Sinopse)

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Não sei como consigo te amar e te odiar tanto assim Acho que esse paradoxo é o que mais me atinge O teu sorriso e o teu punho quando você dirige Faz com que um rio de lagrimas desague dentro de mim Não sei o que eu fiz pra isso acontecer Mas eu sei o que você fez Queria que desaparecesse de vez Pra minha dor finalmente desaparecer Ao padecer até desfalecer Vi-me realizado, vendo ao meu lado a sua mão e não sentir medo. Não sentir como se quisesse me destruir por inteiro Pois o que mais me dói é a minha alma em cada oração. Kayron Rafael

O Muro

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Sinto o peso de Calígula Sinto o sabor da sua gula ou do contrario dela Não vejo porquê de agradar a todos Se meu corpo já suporta minha dor  Me perco no cheiro do amor Mesmo que saia da boca dos lobos. Sempre aparece algo a persuadir Uma coisa torta e mal acabada O peso de não se ter nada... Quando tudo eu tinha  Mas nada era meu Mesmo quando tudo eu tinha Nada aconteceu. (Kayron Rafael)

O meu tempo, o seu tempo e o tempo

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Sem perceber, chamo a dama pra perto de mim Sentado, intacto, esperando seu olhar me fitar Na sua chegada, seus olhos quase vermelhos do castanho a brilhar Me mostram que dela não sobrou nem um fiapo de cetim. Tenta me constranger com falsos amores E meu coração nem palpita Faz de tudo pra aparecer ao lado de belas flores Mas meus olhos já a perderam de vista. Contudo percebi que fui deixando cistos de amor em cada lagrima derramada por mim e pra bela donzela jazem as sobras do passado, nem seu charme, nem seu corpo me faria cair em tal nostalgia da tentativa de saciar a penúria de mim. (Kayron Rafael)

A Pedra e o Holocausto

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O inexato é o imediato a esperar O ingrato é este ser falso e ereto A face... A mostrar para o errado e o certo E a certeza de que tem prazer em errar. O seu custo... Viver à custa de algo O seu luxo... Ter poder de ver e rir Sua desgraça... Matar-se e não se redimir Seu fim... Triste palhaço sem casa, sem mundo, sem palco. (Kayron Rafael)